quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sou a Ana Cristina (Cris), tenho 18 anos, natural de São Paulo, porém nos últimos seis anos morei no centro-oeste baiano. Eu tenho uma sensibilidade muito grande de entender os sinais que a vida me mostra e, estar nesse curso e tê-lo escolhido foi um desses entendimentos. Tenho afinidade com a arte desde criança, com três anos comecei a fazer balé e aos nove entrei para a escola de balé do Teatro Municipal de São Paulo, cursei balé profissional por quatro anos, mas não terminei meu curso porque tive que ir morar na Bahia. E por lá não oferecer curso superior é que vim parar aqui em Goiânia. Estou longe da minha família e dos meus amigos por um propósito que é muito afluente em mim. Aqui voltei às minhas origens artísticas e já estou nas oficinas de dança e teatro, toco violão, componho poesias e concordo quando se diz que a arte não é uma coisa racional. Agente simplesmente sente, e quando nos damos por nós já estamos reproduzindo esse “sentir”, porque a produção quem faz é a arte. É como um refúgio entranhado no subconsciente que desperta no topo de uma emoção (geralmente de dor, agonia, sofrimento; discordância, indignação, desabafo) e que, no meu caso, me faz correr logo atrás de um papel e uma caneta pra colocar pra fora antes que aquilo me consuma. Antes que aquele momento fuja de mim e, eu sei, nunca mais voltará. E nessa representação da arte, o que vemos não é a realidade, mas sim, um ponto de vista da pessoa que a reproduz, como no cachimbo, que nesse caso não é o objeto em si. Com nossas representações sempre buscamos nos mostrar de uma forma mais lúdica, fugindo da realidade. Mostramos-nos sempre mais do que aquilo que de fato somos, seja para nos engrandecermos como para diminuirmos; seja pra criticarmo-nos ou elogiarmo-nos; seja como for, não há uma fidelidade do ser humano em si. Talvez para estimularmos a ser aquilo que retratamos; talvez para nos induzir a seguir essa ideologia retratada; talvez como ato de sair da realidade mesmo, uma vez que a realidade humana é tão mesquinha e chata; talvez seja só porque, como escravos da arte, ela nos inspirou a fazer esse tipo de obra... Mas, uma coisa é fato, nós, seres-mortais-humanos sempre queremos mais do que aquilo que realmente precisamos.

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